Saúde & satisfação
Pensamos muito na saúde do nosso negócio mas, muito pouco no impacto que ele pode ter sobre a nossa saúde e qualidade de vida.
O mercado dos eventos é, em geral, uma actividade stressante, exigente e sem horas. Sabemos sempre quando devemos começar mas quase nunca quando iremos terminar - este é o contexto.
O facto de não existir legislação que o normalize e lhe imponha algumas regras básicas, permite que rapidamente transforme o dia-a-dia numa trituradora que obrigatoriamente causará mossa (e grande) na nossa qualidade de vida e, mais cedo ou mais tarde, também fortes condicionantes ao nosso negócio.
Vamos identificá-las:
um cliente muito heterogéneo e cheio de vontade própria;
uma forte dependência de terceiros no seu dia-a-dia;
uma “guerra” permanente para manter à tona os números saudáveis e não derrapar para o vermelho;
uma forte componente de gestão diária de conflitos e interesses;
actualmente uma necessidade premente para encontrar recursos prontos a actuar;
horários que não se adequam ao nosso normal modo de vida;
um antes, um durante e um depois, cheio de horas de acção que não contempla de forma séria os momentos de descanso e até de refeição.
Entalado entre o cliente final e todos os outros prestadores dos vários serviços, o gestor desta nobre e glamorosa actividade, debate-se entre fazer crescer a sua visibilidade comercial e até onde consegue aguentar física e mentalmente.
Acrescente-se ainda a grande exigência do momento - a pressão das redes sociais no nosso dia-a-dia. Tudo tem que ser mostrado, desde o primeiro café da manhã à secretária cheia de planos para o dia, e ainda o ambiente lá atrás, bonito e arrumadinho, porque o cliente precisa de identificar um ser humano na plenitude do controlo total sobre tudo. (Re)conhecem este cenário?
Diz o bom senso que precisamos de descanso, de aliviar a pressão, de nos alimentarmos bem e a horas decentes. Beber água suficiente e termos tempo de qualidade para a nossa vida pessoal. Mas como, se o mundo nos pressiona a cada passo e a cada decisão que tomamos?
A resposta é simples, mas não simplista: reflectindo, avaliando e dizendo NÃO!
Caso esteja a dar os primeiros passos ou já por cá ande há mais tempo, é sempre tempo de adquirir bons hábitos e de construir a sua zona de defesa. Até porque:
um negócio saudável não vive de quantidade mas sobretudo de qualidade;
os clientes não escolhem sempre o nosso negócio. É irrealista pensar-se que se pode comer o mundo;
focarmo-nos exclusivamente no nosso cliente-alvo é primordial. Atirar para todo o lado dá mau resultado, consome tempo desnecessário e causa frustração;
não sermos bons gestores do nosso tempo é um tiro preciso nos nossos pés.